sábado, 14 de setembro de 2019

2-UM COPO DE MARTINI



2-UM COPO DE MARTINI

CAP1: JOGO DE SEDUÇÃO

Então, a música mudou e eu dancei mais uma ali na pista. Cláudia rebolava de costas para mim. Que linda, pensei. Ela pegou minhas mãos e praticamente vestiu meus braços como um chale sobre os ombros, depois sobre seus seios roliços e não parava de rebolar.

Sei lá, mas acho que desta vez eu estava me apaixonando. Não sei se era a bebia fazendo efeito em minha mente, aquelas luzes da boate, o clima feliz que causa os melhores amigos estarem quase todos reunidos e dançando com sorrisos de Curinga do Batman.

Ela virou o rosto e me beijo. Daí, me vi velho, casado e cheio de filhos, coisas que eu nunca imaginei para mim. Pela primeira vez na vida senti medo a ponto de fugir. Cláudia percebeu meu pavor, mas fazia um forte jogo de redução.

Puxou-me pela mão até o balcão, pediu um martini e me entregou. Disse para que eu bebesse de uma vez que talvez assim eu parasse de ter medo de ser homem de verdade uma vez na vida, o que não incluía sair brigando por aí, como eu sempre fiz.

Senti uma enorme vontade de beijá-la afrontada por um maior desejo de ir embora. Saí da festa com o martini na mão pensando como eu poderia está  com tanto medo se segurava uma bebida inspirada no deus da guerra, aquele do qual sempre gostei.

Então, bebi e voltei, mas Paula havia sumido. Será que eu perdi aquela ínfima chance de ser feliz, normal e sanamente equilibrado? Já longe da porta, a vi sair e a segui decidido. Acho que esse martini amoleceu o meu coração. Mas, não importava, eu estava decidido.

CAP2: DANÇA COMIGO?

O inesperado aconteceu, quando finalmente Cláudia olhou para trás e me viu eis que surgiu Amanda, uma antiga parceria de dança que eu nunca mais vi seguida de Paula e Bianca, também grandes parceiras e amigas que também andavam sumidas.

Amanda me puxou e disse:_Hoje você dança comigo.

_Mas, eu já vou embora_ Respondi à queima-roupa, enquanto Cláudia vinha em minha direção.

_Não_Falou Bianca a me abraçar fortemente_dessa vez você não escapa. Faz uma eternidade que a gente não dança.

Paula me arrastou pela outra mão e também se pronunciou:_ Sem essa de ir embora. Eu nunca vi você largar uma festa no meio.

Eu só pensava em Cláudia quando uma delas me beijou depois a outra e a outra em seguida. Eu dançava com as três ao mesmo tempo. Cláudia nunca irá me perdoar, pensei, mas não foi isso o que aconteceu. Ela misturou-se a nós por umas duas horas e depois me puxou bem forte e falou para as três:_Muito bem, vocês são lindas, dançam muito bem e já se divertiram, mas este aqui é meu.

Alguma coisa acontecia nas vitrines do segundo andar, alguns vidros se partiram e ouviu-se uma enorme explosão. Todos correram enquanto eu caí no chão sentindo que algo atingira minha nuca perdendo a visão.

CAP3: O ESQUADRÃO

Acordei em um acampamento militar, avisado de que o país estava em guerra civil e obrigatoriamente agora eu era um recruta.

_Felizmente a cirurgia foi um sucesso_Falou-me alguém.

_Que cirurgia? Onde estão as garotas? Onde está Cláudia?

_Graças à chapa de metal que você tem na cabeça você não morreu ao ser atingido por essa bala de fuzil uma semana atrás. _A bala foi-em entregue dentro de um prisma presa a um cordão de prata. Eu nunca gostei de cordões, mas este eu jamais tiraria.

_Quem me atingiu, soldado?

_Foi uma freira maluca de hábito preto. Estamos trabalhando para prendê-la. Naquela noite vários cofres daquele shopping foram destruídos com várias explosões em todos os andares, exceto no primeiro, onde se encontrava a boate. Você não foi a única pessoa atingida, muita gente foi. Recebemos informações de que é uma facção criminosa global que fez assaltos ontem em todo o país, mas, como não podemos esperar pela ONU, decretamos estado de guerra civil e todos os brasileiros agora que não forem criminosos estão automaticamente alistados no exército.

_"Somos todos soldados, armados ou não".
_Tenha fé, que nós venceremos.
_Não me fale de fé, dê-me uma arma.
_Mas, Deus...
_Eu sou ateu!
_Nesse caso, eu deveria tê-lo deixado morrer para você ver Deus e se converter.
_Não se preocupe, quando a hora chegar você verá que ele não existe.

O soldado apontou a arma para minha cabeça e falou:_Esteja preso por desacato à autoridade.

A que logo respondi de supetão:_Esteja preso por preconceito religioso. Você pegará mais tempo. Vamos, tire logo essa arma da minha cara!_ Ele deu um sorriso irônico, então, bati rapidamente em sua mão e o desarmei depois, lhe dei uma cotovelada que o fez desmaiar. Roubei  sua roupa de oficial com colete e tudo, incluindo armas e munição.

Vesti nele as minhas roupas: uma calça jeans, camisa vermelha com flores verdes tipo Avaí, tênis branco e boné preto. Saí da enfermagem o mais rápido possível.

CAP4: UMA NOITE DE AMOR

Só me preocupava com Cláudia, Amanda, Bianca e Paula. Será que estão bem? A imagem da festa não saía da minha cabeça junto com a explosão, a dor do tiro e ao desmaio. Eu só queria ser mais um John Travolta "Nos embalos de um sábado à noite", até lembro que existe uma continuação desse filme que não fez tanto sucesso.

Andei por aí sem direção. Passei em casa, comi qualquer coisa, tomei um banho e procurei a chave do carro sem a menor ideia de onde a havia colocado. Resolvi procurar no quarto e encontro as quatro amigas dormindo na minha grande cama de casal.

_Tire essa atoalha e venha cá._Falou Cláudia. Esta noite eu divido você com elas._ Todas acordavam aos poucos e sorriam safadamente como quem concorda e deseja muita coisa.

_Eu jamais recebi a proposta mais tentadora em minha vida, mas eu acabei de bater em um capitão do exército e à essa altura eles já devem saber tudo sobre mim.

_Que nada._Disse Amanda_ A aguerra civil é mais importante e nós estamos esperando por você há sete dias, não nos faça esperar mais.

Você pode, imaginar o que aconteceu numa cama com quatro mulheres nuas banhadas em desejo e lindas como um beijo do sol na lua mais dourada do ano.

CAP5: A FUGA

_Mão ao alto! O que está havendo aqui?_ O batalhão tinha encontrado minha casa, invadido e agora queria me levar preso. Mas, ao assistir aquela cena, os soldados, jovens como eram, ficaram excitado e sem saber o que fazer.

Paula, Amanda e Bianca foram para perto deles e começaram a dançar como quem faz Strip-tease, só que já estavam nuas. Eu e Cláudia ficamos rindo e atiramos cinco caixas de camisinhas no chão.

_Ninguém precisa saber o que vocês acharam e muito menos o que houve aqui_ Falei em tom de negociação.

Os soldados se entre-olharam e um deles soltou o fuzil no chão, depois outro pois o seu encima do primeiro e todos os demais igualmente. Falaram todos juntos:_Vamos nessa!

Aproveitei para me vestir, achar a chave do carro, pegar dois fuzis e fugir com Cláudia.

Na estrada, um grupo armado queria que eu parasse. Em vez disso, peguei um dos fuzis e atirei, Cláudia fez o mesmo. Ainda atropelei dois ou três e talvez tenhamos matado mais alguém. 

Eis que à uma certa altura vi a tal freira de preto com um rifle na mão em um posto.

_É ela._Disse Cláudia.

Freei no mesmo instante, tão bruscamente que batemos nossas cabeças nos air-bags.

CAP6: AÍ VAI BALA!

A freira estava fazendo um assalto, ela parecia ser uma das chefes da facão. Eu não quis saber, saí do carro armado e acertei-lhe um tiro no meio da testa, ao estilo James Bond. Nisso, integrantes da facção atiraram de volta, enquanto outros fugiram com dinheiro. Enquanto, Cláudia me dava cobertura; eu ia sem medo algum da morte.

Só uma coisa havia na minha cabeça: vingança. A adrenalina tomava conta de mim e o exército de repente apareceu novamente por causa do tiroteio. Agora, vinha bala de todo lado mas, continuei caminhando pra frente com sede de algoz.

O tiroteio só aumenta enquanto minhas balas acabavam, até que fui atingido no peito e caí. Eu vou cair atirando, pensei. Larguei o fuzil e peguei duas pistolas. Levantei e corri pra cima dos bandidos atirando. 

No fim, quando olhei em volta, havia uns cinquenta soldados caídos e uns duzentos ou trezentos bandidos mortos.

Abri a blusa, só havia uma perfuração no colete que eu havia roubado do oficial. Agora, eles não sabiam mais se me prenderiam, me condecoravam, se eu viraria oficial por menção honrosa ou se somente me deixariam seguir a minha vida em paz em meio à essa guerra civil.

A ideia de terminar velho, casado e cheio de filhos de repente pareceu-me boa. Virei para Cláudia e falei:_Casa comigo?_Ela me olhou e sorriu.


Amadeu Nuvem
08/12/2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário