3-GUERRA SANTA
CAP 1: O ASSALTO
Aconteceu naquela noite o começo de tudo; eu pedi reforço policial e chegou Jack Mcqueen, que estava a dois quarteirões de lá, mas o bandido que perseguia uma moça loira olhou para trás e me viu, me baleando no peito. Mesmo de colete aquele tiro doeu e eu cai.
Daí, Jack chegou do outro lado e enquanto o bandido anunciava o assalto à vítima que de susto caíra. Um tiro certeiro bem no meio da testa explodiu. Não havia oportunidade melhor nem haveria outra. Mas, graças aos direitos humanos, Jack foi para a prisão.
Eu fui procurado uma semana depois e recebi grande quantia em dinheiro para poder soltar o policial e como conhecia o juiz do caso eu o lembrei de uns favores que ele me devia e ainda dividi com ele a bolada. Eis que na semana seguinte Jack foi solto apesar de toda a mídia encima do caso, o julgamento dava o veredito de inocente e legítima defesa.
O mesmo cara que me procurara assistira ao julgamento e deve também ter comprado todas as pessoas do júri, mas isso eu não tinha como provar, era apenas uma grande suspeita devido à tamanha coincidência do que viria a seguir.
Antes do policial sair, o cara já estava lá fora esperando alguma coisa. Quando Jack saiu a sorrir do tribunal uma bala lhe atravessara a testa e antes de eu pensar direito saquei a arma e atingi o atirador também no olho direito, um tiro rápido e fatal. Só então percebi a merda que eu fiz. Aquele ali era Matias Martins que tinha sido acusado de ser chefe da Máfia da Mancha, a máfia da minha cidade que se chama Mancha City.
Mancha City fica no Estado de Marco que é o Estado mais corrupto do meu país, que se chama Falcon. E Matias Martins era o pai de Marcos Martins, o assaltante que Jack Mcqueen havia matado naquela noite em que eu pedira reforço.
Como eu pude esquecer de tudo isso? Logo eu que participei de tantas operações para prender Matias Martins. Foi aí que a Guerra Santa começou.
CAP 2: O DIÁRIO
Uma semana depois, o padre Alex Ritte recebe uma carta de seu irmão, Jason Ritte, que, a saber, sou eu: _Eu sabia que não viveria, então, resolvi escrever um diário, mas esse eu mesmo lhe darei assim que você for ao meu túmulo e me desenterrar, meu irmão. Na minha mão direita terá uma seringa a qual você deverá aplicar encima do meu coração.
Na noite seguinte, o padre me desenterra e eu volto à vida após aquela injeção de adrenalina. Eu tomara droga antes que me fizera paralisar dando a impressão de ter morrido, assim como na obra “Love Store” de Shakespeare e repetida tantas vezes em tantas outras obras.
Então, eu falei: _Meu irmão, eis aqui nesse pequeno mapa onde você encontrará o meu diário. Agora, aplique em mim esta outra injeção e me enterre novamente ou você morrerá. Saiba que está sendo seguido nesse momento, por isso desenterre o caixão do túmulo à direita e vista a roupa preta nele por baixo da sua batina. Tome essa arma, você se esconderá dentro do caixão e dará um tiro na primeira pessoa que o abrir.
_Mas, meu irmão,_ O padre em pânico falou_ eu nem sei atirar. Eu fiz votos pra Deus. Jurei nunca matar, não roubar e tantas outras coisas que incluem os 10 mandamentos. Você me pede algo que eu não posso fazer.
_Então, você morrerá em meia-hora e com isso os mafiosos de Mancha City dominarão Marco e depois todo o Falcon numa rede de tráfico que só crescerá por todo o mundo em menos de um mês. _Falei fortemente_ Eles matarão o Papa no mês seguinte. Eu li os planos da máfia e os detalhei para você. Agora, faça tudo o que eu disse e não me conteste!
Sem escolha, o padre fez tudo que eu disse, embora piamente cético sobre tudo o que eu dissera. Só que a coisa toda era um pouco pior. Não previ que em vez de apenas um viriam 15 homens atrás do meu irmão. A sorte dele é que eu lhe dera uma sub metralhadora e a coisa toda aconteceu mesmo dentro de meia hora.
Foi um tiroteio brutal e nem parecia que um eclesiástico é que atirava. Ele ainda pegou armas dos inimigos porque depois dos 15 vieram muito mais. Contudo, aquela roupa era impenetrável com uma elevada tecnologia que eu mandara desenvolver exclusivamente para ele, não havia outra no mundo porque eu tive que matar o homem que a fizera justamente para não vender essa tecnologia para a máfia.
Após todo o banho de sangue o padre Alex Ritte não acreditou que a parte inicial do meu mapa iria justamente ao seu confessionário. Lá existia um pequeno botão azul o qual eu indicara para apertar e isso fez abrir o chão e ele caíra sobre alguns colchões por uma queda de uns 3 a 4 metros.
E por um labirinto com caminho traçado foi encontrado o meu diário azul com uma cruz vermelha.
CAP 3: AS INSTRUÇÕES
Enquanto meu irmão seguia minhas instruções um outro policial me salvara com uma outra injeção e nós partimos para a ação. Talvez um padre não tivesse coragem de fazer o que eu tinha que fazer.
Instrução número um: você tem duas canetas na segunda porta a esquerda do labirinto, ambas com mecanismos explosivos, mas que você só poderá acionar ao meio dia daqui a dois dias. A caneta verde explodirá todos os mafiosos da cidade enquanto a caneta dois matará os chefões do tráfico e libertará as pessoas escravizadas pelo tráfico em todo o país. Não deixe de acioná-las ao mesmo tempo exatamente ao meio-dia, daqui a exatamente dois dias.
Instrução número dois: vá à minha casa e não deixe minha mulher nem minha filha saírem durante esses dois dias e diga-lhes que foi um pedido policial que você está em missão, mas não fale os detalhes nem que me vira vivo. Fale que é um agente secreto infiltrado na Igreja. Dentro do guarda-roupas existe outro botão que leva para outro esconderijo com suprimentos e armas, leve-as para lá.
Enquanto o padre seguia para minha casa um atirador com Sniper o atingira, ele caiu mas não teve nenhum arranhão por causa da roupa. De um lado eu também estava com uma sniper e matei o atirador. Vários policiais foram abordando Alex, mas o meu colega atingira todos com um tiro no pé enquanto Alex corria sem disparar um tiro sequer, talvez para não ser visto matando alguém em público.
Ao tocar a campainha e entrar em minha casa ele falou exatamente o que mandei, mas minha mulher só acreditou quando o chão do guarda-roupas se abriu e lá havia coletes e capacetes à prova de balas para ela e para minha filha.
A campainha não pararia de tocar nesses dois dias. E minha casa acabou sendo invadida várias vezes, tanto por mafiosos quando por policiais.
Instrução número três: Mate todos que encontrarem vocês no esconderijo.
CAP 4: BELENUS
No primeiro dia meu parceiro me liga: _Descobri um cara que não conhecíamos. Matias não era o chefão do tráfico, mas Belenus.
_Quem é Belenus? _Perguntei completamente atônito porque era um nome de deus celta da guerra e do sol.
_Simplesmente o cara era o irmão mais velho de Matias e fora dado como natimorto com o nome inicial de Beline, mas na verdade eu exumei o cadáver e não tinha nada além de tijolo em seu pequeno caixão. Há 10 anos que um tal de Belenus comprara grandes empresas em Falcon principalmente no Estado de Casanova, mas eu sempre o achei parecido com os Martins. Descobri de fonte segura que ele esteve em todos os julgamentos de Matias. Tive acesso a uns vídeos antigos de jornais impressos, televisivos e pesquisei online. Tudo bate. Esse cara foi criado para o crime.
Antes do policial terminar de falar uma arma lhe encosta a cabeça:_ Solte o telefone. _E antes de o telefone ser solto e cair no chão eu apontei a arma para a cabeça do meliante e falei: _Solte a arma, você!
Mas, chegaram vários bandidos que estavam escondidos e eu tive que soltar também a minha arma.
_Quer dizer que vocês dois descobriram sobre mim? _Falou um homem de terno branco_ Então vou ter que mata-los. Depois vou matar aquele padre intrometido, aquela linda mulher e a garotinha.
_Eu acho que não. _Falei confiante enquanto o outro policial apertou um botão do seu celular com o pé o que acionou um mecanismo de fumaça e o tiroteio começou.
CAP 5: O DIA DAS EXPLOSÕES
Bem, no dia que me fingi de morto eu já tinha enterrado tijolos no lugar de Jack, o qual socorri a tempo de não morrer, mas só foi possível salvá-lo graças a precisão ocasional da bala não ter atingido nenhuma área vital. Eu arranjei para ele e para mim uma droga muito rara que faz com que a pessoa pareça morta até que leve uma carga de adrenalina para acordar.
Eu fiz todos acreditarem que Jack morrera porque poderiam haver policiais corruptos além de mim. Mas, eu iria me redimir e colocar um explosivo em cada igreja cristã não-católica para fazer com que se pensasse que a Igreja Católica que causaria as explosões, isso porque havia uma coligação de clérigos com pastores com finalidade de tráfico de órgãos em minha cidade, para onde vinham pessoas sequestradas de várias partes do mundo e que eram assassinadas para que se vendesse os órgãos no mercado negro. A Igreja entrava com o fornecimento de armas e os pastores com o desvio de verbas e cartões de créditos internacionais.
Belenus era um dos pastores e em Casanova estava o segundo maior mercado, o primeiro era em Marco, principalmente na própria Macha City onde a Máfia da Mancha concentrava chefões das máfias de vários países numa grande rede que não haveria como quebrar.
Mas, já que eu não poderia quebrar o pacto mundial, eu poderia fazer um padre explodir igrejas coligadas à Católica para criar uma guerra santa entre elas e isso ganharia primeira página em todos os jornais do Estado de Marco.
Eis que chegou o dia e o padre apertou as duas canetas ao mesmo tempo e, para minha alegria, só tinha mafiosos nas igrejas naquele dia além de muitos policiais corruptos. Nos dias anteriores o padre matara muita gente que invadira minha casa com as armas de alta tecnologia que eu deixara como ele.
No dia que eu encontrei Belenus ainda consegui matar alguns dos traficantes após a fumaça emergir, logo em seguida muitos policiais invadiram o local e o tiroteio só aumentava. Acabou que Jack conseguiu escapar por passagem secreta, mas eu não.
Quando a fumaça baixou tinha 28 policiais mortos no chão, cerca de uns 50 mafiosos, dentre eles pastores muitos pastores.
Eu fui capturado por Belenus e levado para um local que não pude identificar pois me puseram capuz. Fui amarrado com as mãos para trás e pendurado de cabeça para baixo.
No dia seguinte saia muita coisa nos jornais do Estado de Marco como: “Igrejas protestantes explodidas em Mancha City: mafioso dentre os mortos”, “Igrejas explodidas ao meio dia em Macha City: policias e mafiosos identificados pela perícia”, “Pastores e fiéis acusam Igreja Católica de explodir igrejas rivais”, “Tragédias no Estado de Marco: Igrejas incendiadas em Macha City”, “Polícia de Mancha City abre inquérito para investigar possível ligação entre mafiosos, pastores e policiais”.
_Você foi o responsável por essas explosões, Jason Ritte?_Perguntou-me Belenus.
Eu já estava muito zonzo e ensanguentado após apanhar muito sem dizer nenhuma palavra. Apenas cuspi sangue no chão.
_Acabei de descobrir que o policial que ajuda você é Jack Mcqueen. Não sei como ele está vivo, mas irei mata-lo quando o pegar. E irei destruir a sua família se não me contar tudo o que está acontecendo agora! _Ele continuou a falar.
Eu não sabia o que dizer. Acho que meu irmão de padre iria direto para o Inferno por minha culpa quando eu poderia ir para lá sozinho.
_Eu sou o pior dos soldados, o pior pai, marido e o pior dos irmãos. _Desabafei por fim.
_Não, você não é. _Dizia-me a voz de Jack, que também acabara de ser capturado e trazido para perto de mim._ Você é o melhor dos amigos. E tenho certeza de que Alex concordaria comigo. Eu agradeço por salvar minha vida e você ainda deu um grande passo para que erra rede imunda de tráfico de órgãos chegue ao fim.
_Cale essa boca, seu imbecil! _Disse Belenus, dando um soco no estômago do meu amigo.
Aquilo deu uma raiva muito grande em Jack, que mesmo com as mãos amarradas para trás e com dois mafiosos o segurando ele subiu a cabeça e derrubou Belenus com uma cabeçada no tórax. E isso deixou o chefão ali caído e aparentemente sem ar.
_Você já deveria estar morto, Jack._ Disse um dos mafiosos e sacou a arma apontando para a cabeça do meu amigo. Ao verem o corpo de Belenus ficar roxo no ali no chão todos os outros mafiosos também sacaram suas armas.
CAP 6: A CRISE DE ALEX
Alex consegue esconder bem a minha filha e minha mulher, mas por minha culpa ele foi feito um assassino e começou rezar e pedir perdão a Deus por violar a pior de todas as leis sacras: “Não matarás”.
_Agora eu sou um assassino. _Dizia a chorar._ Irei para o inferno. E logo eu que escutei o chamado para a vida santa. E logo eu que jamais gostei de guerras, nem lutas.
Minha mulher o abraçou e disse:_ Mas, Alex, se você parar de lutar eu e sua sobrinha morreremos. Você fez uma boa ação em nos proteger.
_Eu tive que deixar Jason morrer. Praticamente o matei porque ele me pediu. E ele também me pediu para acionar essas canetas-explosivos para matar muita gente, mas não me explicou quem seria. Eu devo ter matado muita gente inocente por culpa dele. Mas eu também não poderia tê-lo deixado morrer. Eu voltarei àquela tumba e o trarei de novo à vida com um choque que descobri que essa armadura tem.
_Papai morreu? Como o senhor o trará de volta?
_Na verdade, eu não sei se ele morreu, mas acho que está apenas dormindo. Eu levarei vocês duas para um monastério, lá estarão bem guardadas. De lá eu vou salvar meu irmão.
Alex deixou-as com um monge de quem era muito amigo, de nome Antônio Claudio. De lá foi para o cemitério e viu que eu não mais ali estava. Foi à delegacia e revelou parte da história onde eu estava vivo e que não havia mais corpo no meu caixão.
_Ele tem algo a ver com as explosões? _Perguntou o delegado.
_De modo algum,_ Eu o fizera agora também um mentiroso_ mas ele estava sendo perseguido por bandidos por causa de uma investigação em que eu tentei ajuda-lo mas não descobri muita coisa, exceto que há muito bandido por trás da operação em que ele estava envolvido.
_E quando ele pediu a sua ajuda? Você é um padre, não soldado. O que você saberia sobre investigação?
_Só peço que me ajude a encontra-lo; ele é meu irmão e eu não vou ficar aqui de braços cruzados. Quero ir com você nas buscas se me permitirem.
_Você só atrapalharia. Reze por ele.
_Eu sei atirar. Faça de mim um detetive. Dê-me um mandado para poder portar armas e eu ajudarei.
_Não. Deixe isso com os profissionais. _O telefone toca e o delegado atende_ Como? Há um tiroteio no bairro Paneblue? Qual o endereço? Mandaremos tropas para lá agora.
Alex lera o endereço na folha do delegado e saiu. Uma das coisas que a roupa que fiz pra ele fazia era voar com um escapamento de gás dos pés e uma pequenas turbinas. De modo que Alex encontrara o local antes da polícia. Ele escutou um grande tiroteio e resolveu arrombar a porta.
Ele não entendeu a cena que se seguiu, pois os mafiosos matavam-se uns aos outros. Tudo o que pensei foi “rei morto, rei posto” enquanto ele salvou a mim e a Jack.
Agora com o chefão morrendo, todos os outros queriam seu lugar.
A polícia invadira o recinto e conseguira prender uns poucos mafiosos que restaram vivos.
CAPÍTULO 7: A FUGA
Eu, minha família, Alex e Jack descobrimos muito locais onde os mafiosos guardavam dinheiro e como nossas vidas já estavam mesmo de pernas pro ar resolvemos mudar de nome, país e profissão, pois éramos criminosos na mira da máfia que escaparam da morte e não poderíamos assumir nossos crimes sem sermos presos pelo resto das nossas vidas.
Sem termos resolvido o problema de haver policiais corruptos à solta e não poderíamos bater de frente com a Igreja e com os pastores, isso é missão suicida para 5 pessoas.
_Alex, nós vamos mudar de nome, país e profissão. _Falei.
_Mas como vamos acabar com o tráfico de órgãos? _Indagou-me.
_Jamais desmontaremos essa rede, Alex. _Disse Jack. _ Tudo o que poderíamos fazer já foi feito: pusemos muitos deles uns contra os outros e matamos seus principais chefões. Só o Papa que deve ter cuidado para não ser morto nisso tudo, mas a organização dele é a mais poderosa do mundo, pode se defender sozinha.
_Outros chefões substituirão os que foram mortos, Alex. _Conclui._ Nós temos mais agora é que aproveitar a segunda chance que temos de viver.
_Jason, eu me sinto o pior dos homens._ Falou Alex.
_Não se sinta, Alex._ Falou Jack._ Pois eu só continuo vivo graças ao Jason a quem também ajudei quando precisou e a família dele só continua viva porque você seguiu à risca todas as instruções do diário. E acho que ninguém além de nós entenderia.
Amadeu Nuvem
2014
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