6-A MANSÃO DE MARIA
Há anos que Maria se humilhava para viver como amante de Antony e ser por ele mantida com muito dinheiro tendo tudo do bom e do melhor. Mas, tudo um dia enjoa, mesmo que nem sempre por vontade própria.
Eis que naquela manhã um homem não tão forte, porém, muito corajoso, invade a mansão de Antony, acertando a cabeça de inúmeros capangas e seguranças até chegar ao quarto, presenciando uma das cenas rotineiras em que Maria apanhava na cara a todo vapor.
Nisso, Antony é atacado pelo invasor que lhe morde o pescoço, talvez golpe aprendido com aquele jogador do Uruguai.
_O que é isso?_ Perguntou Antony após enfiar os dedos no nariz de seu agressor e derrubar-lo no chão. _Você é maluco?
_Ele veio me salvar, seu idiota! _Respondeu a mulher submissa que se transmutava dentro de Maria, desejando liberdade; por isso acertava naquele instante a têmpora esquerda do seu macho e senhor com as duas mãos. E bateu, e bateu, com todo o ódio daquele amargo coração.
Após matá-lo, roubou todos os documentos e deu a um sósia. Já no banco, com ajuda de um terceiro comparsa, ela criou uma conta para si, roubando todo o dinheiro de Antony.
Agora, era só esconder o corpo morto do ex-amante, embora não fosse sua especialidade, porque ela era boa mesmo era em esconder sua mente, seus anseios, desejos e decepções.
Sua habilidade maior, além de servir, era conquistar, seduzir e mostrar seu corpo inteiro aos homens. Nunca matara ninguém, mas a sua ganância era maior que tudo; o traço mais forte de sua personalidade.
Já tinha dinheiro para toda uma vida de luxo ao lado do homem que realmente amava. Não mais o corpo que era escravo, mas a mente e o coração demente daquela ex-frágil mulher.
Talvez, a resposta sempre esteja na fuga, dado que a própria vida é uma grande prisão.
Amadeu Nuvem
22/08/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário